quinta-feira, 13 de setembro de 2012

3ª Viagem: A Solo pela Serra da Estrela

Com os olhos postos no horizonte, em projectos futuros, achei que se queria ir longe, era necessário começar a preparar-me... Nem tanto pela parte física, mas mais pela psicológica. Quem me conhece melhor sabe que uma das minhas ambições é fazer um Trans Pirinéus... Não terá de ser a solo, no entanto, mesmo acompanhado, não quero quebrar. Não me poderei dar ao luxo de entrar em pânico e contar que alguém me safe dos problemas, que numa viagem como a Trans Pirinéus deverá ser o pão nosso de cada dia e não devemos deixar que isso estrague a experiência...

Assim, seguiu-se um planeamento de uma nova viagem... Tinha de ser longa... Tinha de ser com Serra... Tinha de ser a solo... Tinha de ser o mais possível fora de estrada.... Enfim, teria de ter todos os ingredientes para que eu pudesse crescer como ciclo-turista. Além deste factor de aprendizagem, tinha um factor que tanto me fazia sonhar alto... A capacidade de absorção do que nos rodeia quando vamos a solo... As Pessoas dirigem-se a nós sem "medos" (é apenas um maluco que anda com a tralha às costas... que andará a fazer!?), o que em grupo por menor que seja, cria uma espécie de escudo protector, que também pode ser bom, claro, mas que afasta um pouco as pessoas de nós e até nos distrai daquele detalhe...

Muitas mais seriam as palavras para descrever a motivação que me levou a deixar por uns dias os amigos, a namorada (que também adoraria viajar mais uma vez de bicicleta por onde quer que fosse...) e a família, com alguma preocupação em relação à segurança que está inerente ao viajar na Serra da Estrela, por trilhos e não só, a solo, muitas vezes sem rede, etc... Por isso, merecem um grande obrigado, principalmente os dois últimos, que eu na posição deles sei que não ficaria descansado, que compreenderam a carolice e aceitaram esta minha aventura.



Dia 1 (6 de Setembro de 2012)- Parque "Pião" na Covilhã:



"Mais vale no início do que lá no meio..." "começar mal para acabar bem..." Foram algumas das palavras que me dirigiram ao saberem que no primeiro dia, assim que comecei a pedalar (7 da matina), fiquei retido por um problema técnico na bicicleta...  Estive mesmo para desistir, mas não podia! Tinha investido tanto nisto!... 



Depois de muito ponderar a resolução do problema de forma económica (Tinha colocado uma corrente nova, pois a antiga já demonstrava um bom desgaste, mas a cassete também já o tinha e fazia a corrente saltar, pelo que arrisquei colocar a corrente antiga de volta - está acamada já -  rezando para que não quebrasse mais que 2 vezes, pois era o numero de elos rápidos que tinha para levar!) siga de apanhar o comboio seguinte! (16:24h). O dia seria para esquecer, só chegava às 21h à Covilhã!... (Regional demora 5 horas e são os únicos que permitem levar a bicicleta montada) Ainda tive de fazer 5 Kms bem puxados desde a Estação até ao
parque de campismo. Os declives eram assustadores, em ruelas e mais ruelas, sem nunca descer... 

 

Foram 500 m de acumulado nesses 5 Kms... Já mais perto do parque, tive um pouco de Ori-BTT Nocturno!... O front light pouco mais me conseguia dar que um metro de visão, a adrenalina subiu e bem... Andar no meio da serra, em trilhos desconhecidos, às 21:30 quase sem luz, só me fazia temer que, mesmo com GPS, me perdesse... Espírito de Aventura e sobrevivência, todos os sentidos em alerta, lá fui serpenteando os trilhos da serra até ao parque, uf... O cansaço já aperta, amanhã as coisas começarão realmente a aquecer...


Dia 2 - Parque Covão da Ponte em Manteigas:



Pus o despertador do telemóvel, mas com o dito desligado, um pouco como teste, visto que hoje não me importava se acordasse um pouco mais tarde. Precisava de todas as energias... Rapidamente começo a sentir na pele o facto de ter feito o track sem conhecer os trilhos. Várias foram as vezes que tive de levar a bicicleta à mão devido ao trilho ser pouco ciclável.

Subindo, subindo... Ora num alcatrão áspro (difícil de rolar), ora em subidas técnicas com pedras, lá cheguei à Torre!... Que sensação! Só me apetecia mandar um grito de conquista!... Não tinha sido uma simples subida à Torre pelo lado da Covilhã... Mas uma subida à Torre com a "casa" às costas. Os últimos Kms foram quase todos feitos em 1ª (A avózinha como lhe chamamos na gíria)... E mesmo assim, o esforço era bastante!...




Sendo que já era hora de almoço, fui à procura de comida, para poupar as reservas que carrego... Além disso, enquanto subia, a vontade de comer era tanta que, imagine-se, até leitão à bairrada me veio à cabeça!... Fenómeno estranho!!... Sendo assim, procurei as famosas sandes de presunto! (Tinha de ser!!)

Acabou então por ser melhor. Sandes de Paio, Presunto e Queijo! Hum!... Soube-me pela vida (Tenho de me tratar bem!!...). A acrescentar, tinha o facto de poder almoçar em plena Torre, contemplando a primeira conquista!...

Como merecia e até convinha, para render os próximos Kms, uma sesta, também ela em plena Torre, encostado a uma pedra feita para as minhas costas...

Esperava-me uma bela e deliciosa descida, a qual tinha já subido, logo merecida!... Era tempo de visitar a Barragem do Padre Alfredo que já tinha mirado na subida. Como não podia deixar de ser, também exigiu fazer mais uma subida e valente, em brita... Como se não bastasse, já bem perto dela, tive de ir o resto a pé, deixando a "burra" à minha espera...


Barragem vista, siga para Manteigas! Venha a adrenalina de fazer a estrada junto ao vale glaciar, cheia de curvas e contra-curvas, a 50...60 km/h... Durante bastante tempo, para contrariar o ditado "o que é bom acaba depressa"... 

Como o destino de hoje era o parque de campismo Covão da Ponte, a visita a Manteigas foi rápida.... Bem, mas se se desce, também se vai ter de subir e foi o que aconteceu depois de Manteigas, claro... Declives doidos no meio das aldeias... 







Ao parar para comer uma laranja, junto a uma fonte, aproveitei para lavar a cara... Que parece ter sido UM GRANDE ERRO!... As moscas e mosquitos não me largavam e mais parecia que queriam comer-me vivo, começando até a querer pousar nos meus olhos (cheguei a colocar os óculos só por causa delas, pois já pouco sol havia). A única maneira de me livrar deles por breves instantes era passando dos 11 Km/h, o que em serra não era tarefa fácil. Como um mal não vem só, o GPS avaria logo a seguir... Arranjá-lo com aquela bicharada toda à minha volta (na cabeça toda, tipo ataque!) foi um verdadeiro desafio, onde manter a calma era essencial...


Finalmente chego ao Parque!... Fiquei logo parvo...  Onde está a recepção!? O guarda!? Qualquer um entra... por isso não tinha encontrado contactos ou preços no site tão aperaltado do parque!... Ao que parece, foi uma construção com o apoio da CEE e qualquer um pode usufruir dela...
Apesar de algumas tendas no local, tudo aponta para que eu seja o único no Parque.... Eu e mais uma amiga de 4 patas que levaria comigo se pudesse... Encontra-se neste momento, já de noite, a guardar-me ao lado da tenda... Obrigado! Isto sem luz e num cenário que mais parecia terem morto todas as pessoas do parque, mete algum receio de acampar sozinho.

Ia-me esquecendo de um pequeno episódio... Já cansado dos pesados Kms, tinha de dar noticias via Tel. para que não começassem a ser realizadas buscas por aí, por desaparecimento, como tinha sido combinado (para caso tivesse um acidente no meio da serra, etc...). 

O problema é que não havia rede, nem recepção, coisa que não contava faltar ao mesmo tempo!... Siga de subir até onde tivesse de subir até dar para mandar uma SMS... Que sacrifício que foi... Ainda bem que já estou na cama...

Dia 3 - Parque curral do negro em Gouveia:







 A noite foi fria, não deu grande descanso. Como hoje não me esperavam muitos Kms (apesar de, depois, os poucos que eram, revelarem-se bastante exigentes!), deu para levantar um pouco mais tarde... Não deveria ser problema... Siga de lubrificar a corrente e ver se parava um roçar de travão,  que só tira pedalada. Sem grande sucesso, a tarefa tirou-me imenso tempo. Enquanto tentava corrigir a situação, verifiquei que os cubos das rodas, a de trás principalmente, está em estado crítico! A roda já pára rapidamente sem ter o travão a roçar... Ou seja, mais trabalho para as pernas! 11h tinha de sair!


A amiga de 4 patas insistia em acompanhar-me... Não fosse ela estar mal nutrida e eu com poucos mantimentos, agradava-me a ideia de a levar... Ainda me seguiu uns bons metros, talvez até 1 Km, na minha frente e outras vezes, quando pensava que ela tinha desistido, vinha a correr novamente para a minha frente!... Que cadela... Custou-me mesmo muito deixá-la para trás, mas tinha de o fazer...
Logo de seguida, deparo-me com um encontro de Cavaleiros de Gouveia!... Tudo com a trouxa montada num convívio muito peculiar onde até os cavalos andavam junto ao rio a beber a pouca água que havia...


Hoje a maior parte do caminho já foi trilhos... Com muito pó e declives exagerados...  Deixei os meus cuidados e fui durante uns bons Kms a 40...50 em trilho, a descer claro... Só esperava que nada caísse... Isto porque estava enganado quando pensava que as descidas iriam aumentar a média... Era verdade, se os trilhos fossem sem pedras e pouco técnicos... Desta tinha de render tudo o que subi!...


Pela primeira vez enganei-me no track... A fim de evitar grandes trabalhos, a melhor solução foi fazer um pouco do percurso de amanhã, mas no sentido contrário, que iria dar ao parque. Foi sempre a subir!! Entretanto, já me cruzava com muitos Land Rover's, não fosse agora um encontro ibérico deles, aqui em Gouveia.... Que dividido me senti, por ter deixado este ano o meu em casa...


Já quase no Parque, o calor dava conta de mim... Parei várias vezes, quando havia sombra... Até que rapidamente o tempo mudou para nublado e até com uma brisa à mistura... Foi de aproveitar e gastar as últimas energias até ao parque. Mais tarde, veio a chuva, com relâmpagos bem fortes!... Os mantimentos de reserva eram poucos, então, depois das lides do dia (como lavar o equipamento à chuva) fui ver se na entrada/recepção serviam alguma coisa... Nop... Mas rapidamente fui convidado a juntar-me ao jantar dos dois jovens (minha idade) que lá trabalhavam. David e Joana, foram 5*! Alguma conversa e azáfama com os cortes gerais de luz, já depois de jantar, a Joana não me deixava ir sem uma valente trouxa para a viagem!... Nem sabia o que dizer, apenas um Obrigado sentido. Ainda ficamos a jogar um jogo de cartas, "sobe e desce". Quase 23h, tinha de me despedir... Amanhã a batalha continua, espero eu sem chuva!...


Dia 4:





Uf, finalmente a sensação de um dia tranquilo!...

O dia tinha de começar cedo! Fizesse sol ou chuva!... Estava cansado de gastar um dia inteiro a pedalar, quando a ideia era pedalar de manhã e descansar à tarde.

Acordei às 6:30, mas nem por isso parti perto dessa hora... A quantidade de tralha para arrumar e montar na bicicleta, sozinho, é imensa, com a agravante de estar tudo molhado, inclusive o equipamento, que teve de ir ao ar livre para ver se ia secando. Depois, claro, a lubrificação do dia...


7:50h, estava a sair do parque. Seria sempre a descer durante uns bons Kms... Mas nem tudo é perfeito. Mais abaixo, já se via a neblina por onde eu iria passar e rapar um frio desgraçado que me obrigou a abrandar por causa da deslocação de ar!... Isto poderia, em parte, ter sido evitado, se não tivesse perdido a única camisola para pedalar (mangas!!) naquela descida que me aventurei a descer um pouco mais rápido...  Tal aconteceu porque na altura tive de a trocar, a meio do caminho de ontem, pela T-shirt. Como estava tudo atado e bem seguro nem tive coragem de mexer e apenas prendi a camisola aos elásticos....


A meio do caminho, um furo que, graças ao gel, foi só dar à bomba...

Com poucos mantimentos (a trouxa que me fizeram rapidamente dei conta dela, que desalmado!), ia com a principal preocupação: comprar comida! Mas nada... É domingo, está tudo fechado... Restava-me esperar que o parque, para onde ia (Toca da Raposa) tivesse alguma coisa... Pelo menos jantar! Se não ainda teria 1 lata de atum religiosamente guardada...






11:50h, cheguei ao parque! Uau! valeu acordar cedo!!... Ainda tinha tudo molhado, pelo que pus tudo a secar... Banho do costume, almoçar o resto do jantar de ontem (fazia parte da trouxa!) e guardar um pouco da massa para juntar ao atum, caso o parque não tivesse jantar... Mais tarde confirmou-se, há jantar! "costumamos fazer qualquer coisa, para quem quiser, juntamo-nos aqui,  mas nem sabemos o que iremos fazer".... Ok! Está óptimo! Já tinha lanche!... A massa.... eheh Depois, até a lata de atum foi consumida, tendo noção de que amanhã a primeira coisa a fazer era assegurar mais comida.


Fora as lides do costume, lavar roupa, etc, foi dia de descanso! As aldeias ficam longe para um ciclista cansado e amanhã é dia de fazer pelo menos 85 Kms! Tenho de estar a 100%, logo, a maior parte da tarde foi para descansar o corpo.



No jantar, fiquei maravilhado! Salmão fumado, uma massa estilo gratinada, uma salada toda XPTO e até figos acabados de colher! O senhor do parque, Belga, tinha hoje a sua mulher, Alemã, a fazer-lhe companhia que, sendo vegetariana, deu o seu toque na cozinha, que pelo que eu entendi, era tudo Biológico!... Fiquei fã! Ainda ficámos um pouco na conversa, falando desta coisa de "Ciclo Turismo"!...









P.S:



A volta rondou 40...50 Kms, pelo meio ainda andei quase que perdido num pinhal... Isto porque o track tinha chegado ao fim (está dividido em partes por causa do numero de pontos que o GPS alberga por track) e eu, embalado numa descida, nem dei por ela!...
Quando vi que estava fora do track comecei a procurar um caminho que me levasse até ele, sem ter de voltar para trás... O problema é que a linha do tack que tentava alcançar e depois seguir, já era apenas uma recta/linha de regresso que o GPS cria, unindo o início com o fim. Estupidamente dei por isso apenas quando me deparei com um beco sem saída em pleno pinhal...


Dia 4:



Mal eu sabia que iria ser o último dia... Tinha apenas uma coisa em mente: 85kms, têm de ser feitos com calma. Não os iria fazer numa manhã, pelo que tinha de partir já do principio que era um dia para pedalar... Como tal, devia parar mais para tirar fotos, etc....
Como disse no dia anterior, a preocupação principal é: Arranjar comida... O pequeno almoço foi apenas um Pacote de leite Ucal Galão, já não tinha mais nada. Assim que vi um café, foi como se visse um oásis!... Um folhado misto com um leite achocolatado (não é indicado leite para o desporto, mas este dia tinha de ser levado mais descontraído!) Para levar: 2 pizzas já feitas (não muito pequenas) e outros dois folhados mistos!... Deveria dar até encontrar mais!... Mais à frente, uma mercearia, era exactamente o que me faltava... 2 latas de atum, uma de salsichas, meio kilo de massa, Bananas, laranjas e bolachas.... 

Sentia-me finalmente aliviado! Já poderia comer à vontade! Que bom!...






Depois de passar por Tábua, entro numa aldeia muito característica, que por ignorância Ía-me passando despercebido o seu grande peso histórico!... Valeu-me a paragem nesta fonte, onde tirei uma foto, onde um senhor rapidamente meteu conversa comigo!... "Vem de viagem!?" ao que respondi que sim... "Sabe que esta aldeia tem muita história!!... Sabe o que é o Pelourinho!?"... "Não, mas se me quiser explicar..." e assim começou o senhor, de Santa Apolónia, provavelmente na sua terra, a explicar tudo o que havia por ali... e eu, até me desmontei para o acompanhar a passo, de bicicleta à mão, absorvendo aquele momento que me estava a ser oferecido...





A aldeia chamava-se Ázere... Aldeia de 1123, que na sua história chegou a ter um tribunal, onde se julgavam as pessoas e, caso a sentença o justificasse, eram punidas no Pelourinho (enforcadas em praça pública, etc), que pelo que o Sr. me disse, haviam 2! (Apenas vi 1...).  A aldeia contava também com uma escola, grande para o que estamos habituados a ver no meio de aldeias... Tive também a oportunidade de conhecer a rua da fonte, onde as pessoas se deslocavam para ir buscar água, em tempos... E uma casa enorme, abandonada, que pertencia a uns senhores que foram para S. Tomé...

Mais soube, que chegou a querer tirar-se os velhos, mas bem conservados, sinos da igreja matriz!... "Foi uma guerra!..." dizia o senhor... "queriam levar os sinos para Tábua!... mas não deixámos!...". Uma igreja bonita, mesmo! de granito, que tive a oportunidade de ouvir o badalar dos seus sinos originais, em bronze... Um som de invejar muitas Igrejas...

Algumas fotografias e siga de comer mais uns Kms... Ainda havia muito para pedalar.... A certa altura fui avisado por um amigo, que o inicio das aulas na faculdade afinal seria mais cedo do que era por mim esperado... Não podia ignorar tal coisa, tinha de voltar... Apenas tinha um último desejo, ir pelo menos até Penacova...

Em conversa com a minha mãe, colocou-se a hipótese de me apanharem, numa espécie de urgência, mas para além de caro, havia de ser eu a tentar sair desta, como em tudo o que me deparei na viagem... Tinha Internet no Telemóvel por causa da Faculdade. Aproveitei a pouca bateria para fazer alguma pesquisa. Era possível! Teria de ir até Coimbra, ainda hoje. O último regional seria às 20:12... Chegaria à meia-noite a Lisboa, mas dava bem para no dia seguinte começar com as aulas....

Isto pôs-me também à prova... Tinha de desistir de parte do planeamento que fiz, de parte de uma aventura, sabendo aceitar tudo o que foi bom nestes dias, mesmo não podendo ir até ao fim. Este seria um novo fim, Coimbra, em vez de Covilhã, como tinha pensado inicialmente.




Muitos Kms a fazer. Sabia que poderia ir pelo track até Penacova, que depois iria pela N110 até Coimbra. Assim foi.

Hora de almoço, nada como parar numa boa sombra à beira do rio Mondego, contemplando aquela calmaria... no Porto de Raiva.
Já perto de Penacova, houve a possibilidade de atravessar o Mondego a pedal! Uau! Tinha de o fazer! Mesmo sabendo que depois teria de voltar para a outra margem, desta vez por uma ponte!... 




A caminho já de Coimbra, na N110, as deliciosas descidas eram quebradas pelo muitíssimo atrito dos cubos... bastava deixar de pedalar para a bicicleta, durante a descida, ir a 8 Km/h... Bem, lá ia eu a pedalar... fosse a descer ou a subir!....

Cheguei à estação de Coimbra ainda pelas 17h e qual não foi o meu espanto quando, ao pedir um bilhete para o próximo regional para a estação do Oriente, o Sr. me responde "olhe, vai sair mesmo agora!..." e por instantes parecia que tinha perdido o comboio, mas não, era mesmo entrar e partir!...uf... que pontaria...

Restou-me um regresso a casa mais rápido que a ida para Covilhã... Assim que tive de pedalar para casa, o piso parecia tão liso! tão direito! tinha de fazer um sprint final até casa... que bem que soube, sentir aquela leveza...

Com isto, os 85 Kms passaram a 100... e bem passados. Ficou a pena de não ter continuado, mas a sensação de objectivo cumprido, pois o objectivo principal era passar sozinho por algumas situações mais complicadas, assim como sentir a serra da forma mais pura possível, afim de crescer como ciclo-turista e assim foi...

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